segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Ainda sobre 89... Curiosidades.

Se tivéssemos que definir, em uma única palavra, tudo o que ocorreu em 1989, provavelmente escolheríamos o adjetivo "curioso".

O final da campanha se aproximava... Era segundo turno: Collor e Lula disputavam e as pesquisas mostravam o crescimento da candidatura de Lula, o que fez com que Collor se sentisse ameaçado. Aí, por assim dizer, "o caldo engrossou"...

Com este pano de fundo, então, Collor levou Mirian Cordeiro, ex-namorada do petista, à TV. Ela, então, acusou Lula de pressioná-la a fazer aborto quando engravidou de Lurian, na década de 70. No dia seguinte, Lula apareceu chorando no horário eleitoral, abraçado à filha em questão.

E, depois disso, veio o último debate na TV. Visivelmente incomodado, Lula saiu-se mal. Aliás, sobre este debate, há também uma curiosidade: Muitos criticaram (e ainda criticam) a Rede Globo, que promoveu o programa, por ter editado o debate e suas passagens. Estranhamente, o tempo de Collor foi maior que o de Lula; Também estranhamente, das imagens de Collor mostraram apenas as mais tranqüilas, equilibradas, etc.; Por outro lado, Lula era mostrado nervoso, todo suado, etc. E essa foi a imagem que milhões de eleitores tinham na memória quando foram votar.

Estas críticas, aliás, são relatadas no documentário produzido pela BBC de Londres chamado "Beyond Citizen Kane", que no Brasil levou o nome "Muito Além do Cidadão Kane" (veja dica de vídeo acima).

Em 1989 houve ainda o triste fracasso de Ulysses Guimarães (PMDB). Também vimos a ascensão e queda, em menos de um mês, de Guilherme Afif Domingos (PL), que recentemente foi candidato ao Senado por São Paulo. Também vimos as maluquices de Ronaldo Caiado (hoje Deputado Federal), líder da UDR, montado num cavalo branco, com complexo de Napoleão Bonaparte. O bordão “Meu nome é Enéas!”, do saudoso Professor Enéas Carneiro, incompreendido candidato do Prona, fez o país rir e durante muito tempo continuou no ar. Os candidatos nanicos (Marronzinho (foto), PG, Pedreira, Nívea) que são lembrados até hoje por humoristas, também estiveram presentes nessa eleição que, sem dúvidas, está escrita numa das primeiras páginas da história da recente democracia (democracia?) de nosso país.

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