sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Palavras, palavras, palavras...

Como tudo nessa vida tem um ônus e um bônus, ao menos a medida anunciada pelo Governo, a respeito do aumento da carga tributária, nos faz lembrar daquela bela canção "Palavras ao Vento", da breve, porém intensa, Cássia Eller.

Mas, além desta agradável lembrança, nada mais há de positivo para se tirar de mais esta verdadeira traição. Como já declarou o Deputado Onyx Lorenzoni (PSDB-RS), "mais uma vez o presidente Lula mentiu. Ele não preza pela própria palavra".

E nós, pobres administrados, os verdadeiros membros do povão, nada podemos fazer.

Aliás, se fazer algo já é difícil, que diriam então os que tentam entender a lógica deste Governo? A propósito disso, pensei aqui num pequeno resumo dessa história toda:

1) O Governo quer aprovar continuação da cobrança da CPMF;

2) Para isso, argumenta que a verba é necessária para os projetos sociais;

3) Depois, mudando de discurso quando faltavam 15 minutos para se iniciar a votação, diz que os projetos sociais têm verba garantida;

4) Com isso, diz que a arrecadação da CPMF vai para a saúde;

5) Ninguém entende a mudança tão brusca que, ao final, além de denotar extrema falta de planejamento, enterra de vez qualquer chance de se crer na palavra do Presidente;

6) E a CPMF cai;

7) No pronunciamento de final de ano, em rede nacional, o Governo coloca a culpa pelo não avanço da saúde na oposição, por não terem aprovado a CPMF;

8) O povo fica sem entender quais "avanços" seriam estes, já que nenhum novo projeto foi implementado nessa área até 2007;

9) Mesmo assim alguns poucos ainda acreditam que, muito embora sem nada ter sido feito de substancial na saúde em 5 anos, em 2008 haveria avanços;

10) O governo e diz que haverá aumento de impostos para "repor" a "perda" da CPMF;

11) Então, se a CPMF era para a saúde, o dinheiro todo arrecadado com esse aumento de impostos vai para a saúde, correto?

12) ERRADO!!! Segundo o governo, não haverá novos investimentos na saúde!!!

É, de fato, triste.

Uma coisa é apostar na "curta memória política" do brasileiro. Outra coisa é achar que em menos de um mês todos se esqueceriam de tudo o que se passou e que foi dito, pelo próprio Presidente, inclusive em rede nacional de rádio e TV!!!

O que temos a fazer, então, é apenas não mais nos importarmos com isso. Quando virmos nosso Ilustre Presidente falando na TV, basta abaixarmos o volume que o resultado será o mesmo.

Ele é carismático; Ótimo. Então só o admiremos fisicamente, enquanto ele lê seus pronunciamentos. Afinal, o que ele fala, escreve, promete, etc., etc., não vale nada, absolutamente NADA!

O pior de tudo, caros leitores, é que nosso Presidente não se cansa de nos provar isto. Então, para o nosso próprio bem, não mais o escutemos. Assim, nada terá sido a nós prometido, de maneira que nada haverá para ser traído.

Para terminar, apenas uma lembrança que agora me ocorre: Não sou religioso como nosso Presidente diz ser. Mas há no mercado um livrinho bobo, quase desconhecido, que busquei ler para dele extrair algo de bom: A Bíblia.

E nele há, em Eclesiastes, passagem que alguns aprendem na igreja, outros na vida: "O homem é dono da palavra guardada e escravo da anunciada".

Talvez Lula não tenha vivido o suficiente para aprender esta lição. Ou, então, talvez tenha mentido mais uma vez quando disse que ia à igreja.

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